Se você já passou dos 30, ao ler o título acima certamente lembrou-se
da ditadura militar que governou o país após o golpe de 1964 e permaneceu no
poder até o final do governo Figueiredo. Palavras como censura, AI5, greves populares, SNI não lhe são estranhas.
Mas este tópico não pretende tratar deste período da nossa história, mas sim da
ditadura que vivemos atualmente. Uma ditadura democrática, bem mais sutil em
sua atuação que sua antecessora militar. A ditadura democrática se baseia no
princípio da maioria absoluta. Seu lema é: ‘a voz do povo é a voz de Deus’.
Será verdade isto? Basta olharmos para a situação atual do país para obtermos a
resposta. E a resposta é negativa. Não, a voz do povo não é a voz de Deus,
ainda mais quando o povo raramente pensa em Deus!
Estamos então a mercê de muitas ditaduras.
Temos a ditadura da moda, que acabou por transformar nossas
mulheres em seres anoréxicos, praticamente desprovidos de carne. Tão doente
quanto e própria mentalidade dos governantes da moda.
Sofremos diariamente com a ditadura do medo. A violência
anda solta pelas ruas das nossas cidades. Temos medo de sair às ruas, de abrir
a porta da garagem, de esquecer algum objeto de valor dentro do carro, de não
ter dinheiro para o assaltante que nos espreita, de encontrar uma bala perdida.
Temos medo de viver.
Não percebemos, mas estamos sob a ditadura da ignorância.
Somos um povo constituído em sua grande maioria, por analfabetos,
semianalfabetos ou analfabetos funcionais (aqueles que não compreendem o que
acabaram de ler). E na ignorância, deixamo-nos levar pela opinião alheia, pois
de certa forma nos consideramos incapazes de pensar sobre temas de real
interesse.
Estamos enfrentando também a ditadura da impunidade em todos
os setores da vida pública. As instituições perderam a credibilidade. As
autoridades se valem da famosa imunidade parlamentar para governarem em causa
própria. Valem-se também da crise de memória que acomete o povo brasileiro,
pois em nosso país a regra ‘falem mal, mas falem de mim’ funciona. Não são
raras as pessoas que acham que a presença constante na mídia é sinal de
competência.
Não vou negar, estou ansioso para que sejamos amassados pela
ditadura do bom senso, e que seu reinado perdure por séculos e séculos. Amém!
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