Senso Crítico

Senso Crítico

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Das Cores Da Vida



Não tenho intimidade com pintura
Não sei misturar cores numa tela
Nem desvendar os mistérios da aquarela
Apenas sei escancarar meus olhos
De forma que as luzes que neles adentram
Tragam as cores vivas para meu olhar
Todas as cores para mim são primavera
Toda paisagem desenhada com esmero
Não passa de uma longa espera
de uma nova história para se contar
Nos campos toda a tinta é semente
Que ao ver surgir de novos olhos a luz
Encontra as condições adequadas
Para uma obra-prima germinar
Procuro não me ater tanto a técnica
mas apesar de não ter estudado artes
Entendo que esta cena que me fita
É um novo pensamento a fermentar
Ao lado de um Van Gogh impressionista
Feliz por minha orelha ainda intacta
Passeio com os corvos a sonhar
Se a vida por vezes exige formas estritas
Logo entra em cena a geometria
Que ao receber as cores se aquece
Desperta amores sem nenhuma lógica
Cabeças triangulares, idéias a rodar
Pensamentos quadrados, cinturas retangulares
Um novo corpo formado
Uma nova idéia, em verso ou prosa
tela ou pedra..sabão, quem saberá?
E assim eu sigo em frente vida afora
um retirante seco rumo ao mar
E a cada novo passo outra jornada
Nos passos que ficaram pela estrada uma história
De paz e guerra, guerra e paz
E sempre que o pincel embriaga-se nas tintas
Todas as cenas são desenhadas na forma escrita
E a minha identidade é revelada pelas letras
Sou mais um brasileiro a sonhar.


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