Senso Crítico

Senso Crítico

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Girassol


Em minha mão fechada cabe o dia, 
o fogo aleatório dos instantes 
e o silêncio que espalham os amantes 
quando termina a festa e nada resta
da luz petrificada entre as montanhas. 
Em minha mão aberta cabe a sombra 
largada pela vida que me espera 
além do inverno, quando a primavera
devolve ao caule a rosa fenecida 
e o que foi volta a ser, e toda perda 
retorna como um lucro imerecido.
A minha mão sustenta um girassol. 
Sou sobra e o excesso, como o vento 
ou como a luz incômoda do sol.

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