Diga-me
quem são seus ídolos e eu te direi quem és!
Muitos
nomes desfilam pela mídia e pelas bocas de pseudo intelectuais com tal
frequência, e suas façanhas nos são relatadas com tal admiração é veemência que
estes nomes acabam por se transformar em ídolos para algumas pessoas. São
ídolos porque ouviram o professor, o amigo, o artista falar dele com tal
segurança que torna-se desnecessário pesquisar se os fatos relatados condizem
mesmo com a realidade. Isto faz com que tenhamos na atualidade uma porção de
ídolos do ‘ouvi dizer que’...ouvi dizer que ele era leal, bravo, destemido, sensível
aos anseios do povo....
Confesso
que também já me iludi com muitos destes ídolos por ler e ouvir muitas mentiras
em livros e revistas de baixo valor educacional ou com segundas intenções. Um
destes ídolos é chamado de Che Guevara, o ‘defensor’ da liberdade dos povos
oprimidos e guerreiro das causas mais nobres. Como sou curioso e quis saber
mais sobre esta ‘nobre’ personalidade, acabei por buscar informações a respeito
do tempo e local onde Che atuava e de sua principal façanha: ajudar Fidel a
assumir o poder e instaurar o comunismo em Cuba.
Uma
pergunta era inevitável: como pode ser considerado um defensor da liberdade dos
povos quem ajuda a derrubar uma ditadura para instaurar o comunismo e
transformar um país em prisão para seus habitantes? Que liberdade é esta? Na
verdade, Che Guevara não deve ser tratado como ídolo, mas como mito, fruto da
imaginação fértil de pessoas que se serviram desta fraude para promover a
desinformação.
Aos
que se sentem ofendidos por ver a memória de Che sendo atacada, sugiro que
leiam o artigo da revista Veja onde é traçado um breve e esclarecedor perfil do
‘Che’
"Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que
morto." No dia 8 de outubro de 1967, essa frase foi gritada por um
guerrilheiro maltrapilho e sujo metido em uma grota nos confins da Bolívia.
Nunca mais foi lembrada. Seu esquecimento deve-se ao fato de que o pedido de
misericórdia, o apelo desesperado pela própria vida e o reconhecimento sem
disfarce da derrota não combinam com a aura mitológica criada em torno de tudo
o que se refere à vida e à morte de Ernesto Guevara Lynch de la Serna,
argentino de Rosário, o Che, que antes, para os companheiros, era apenas
"el chancho", o porco, porque não gostava de banho e "tinha
cheiro de rim fervido".
Essa é a realidade esquecida. No mito, sempre lembrado, ecoam as
palavras ditas ao tenente boliviano Mário Terán, encarregado de sua execução, e
que parecia hesitar em apertar o gatilho: "Você vai matar um homem".
Essas, sim, servem de corolário perfeito a um guerreiro disposto ao sacrifício
em nome de ideais que valem mais que a própria vida. Ambas as frases foram
relatadas por várias testemunhas e meticulosamente anotadas pelo capitão Gary
Prado Salmón, do Exército boliviano, responsável pela captura de Che.
Provenientes das mesmas fontes, merecem, portanto, idêntica credibilidade. O
esquecimento de uma frase e a perpetuação da outra resumem o sucesso da máquina
de propaganda marxista na elaboração de seu maior e até então intocado mito.
Che tem um apelo que beira a lenda entre os jovens dos cinco continentes. Como
homem de carne e osso, com suas fraquezas, sua maníaca necessidade de matar
pessoas, sua crença inabalável na violência política e a busca incessante da
morte gloriosa, foi um ser desprezível. "Ele era adepto do totalitarismo
até o último pêlo do corpo", escreveu sobre ele o jornalista francês Régis
Debray, que por alguns meses conviveu com Che na Bolívia.
Por suas convicções
ideológicas, Che tem seu lugar assegurado na mesma lata de lixo onde a história
já arremessou há tempos outros teóricos e práticos do comunismo, como Lenin,
Stalin, Trotsky, Mao e Fidel Castro. Entre a captura e a execução de Che na
Bolívia, passaram-se 24 horas. Nesse período, o governo boliviano e os
americanos da CIA que ajudaram na operação decidiram entre si o destino de
Guevara. Execução sumária? Não para os padrões de Che. Centenas de homens que
ele fuzilou em Cuba tiveram sua sorte selada em ritos sumários cujas
deliberações muitas vezes não passavam de dez minutos.
VEJA conversou com
historiadores, biógrafos, antigos companheiros de Che na guerrilha e no governo
cubano na tentativa de entender como o rosto de um apologista da violência,
voluntarioso e autoritário, foi parar no biquíni de Gisele Bündchen, no braço
de Maradona, na barriga de Mike Tyson, em pôsteres e camisetas. Seu retrato
clássico – feito pelo fotógrafo cubano Alberto Korda em 1960 – é a fotografia
mais reproduzida de todos os tempos. O mito é particularmente enganoso por se
sustentar no avesso do que o homem foi, pensou e realizou durante sua
existência. Incapaz de compreender a vida em uma sociedade aberta e sempre
disposto a eliminar a tiros os adversários – mesmo os que vestiam a mesma farda
que ele –, Che é, paradoxalmente, visto como um símbolo da luta pela liberdade.
Guevara é responsável direto pela morte de 49 jovens inexperientes recrutas que
faziam o serviço militar obrigatório na Bolívia. Eles foram mobilizados para
defender a soberania de sua pátria e expulsar os invasores cubanos, sob cujo
fogo pereceram. Tendo ajudado a estabelecer um sistema de penúria em Cuba, Che
agora é apresentado como um símbolo de justiça social. Politicamente dogmático,
aferrado com unhas e dentes à rigidez do marxismo-leninismo em sua vertente
mais totalitária, passa por livre-pensador.
O regime
policialesco de Fidel Castro não permite que aqueles que conviveram com Che e
permanecem em Cuba possam ir além da cinzenta ladainha oficial. Por isso,
apesar do rancor que pode apimentar suas lembranças, os exilados cubanos são
vozes de maior credibilidade. O movimento que derrubou o ditador Fulgencio
Batista, em 1959, não foi uma ação de comunistas, como pretende Fidel Castro.
Boa parte da liderança revolucionária e dos comandantes guerrilheiros tinha por
objetivo a instauração da democracia em Cuba. Mas foi surpreendida por um golpe
comunista dentro da revolução. Acabaram presos, fuzilados ou deportados. Desde
o início, Che representou a linha dura pró-soviética, ao lado do irmão de
Fidel, Raul Castro. Na versão mitológica, Che era dono de um talento militar
excepcional. Seus ex-companheiros, no entanto, lembram-se dele como um
comandante imprudente, irascível, rápido em ordenar execuções e mais rápido
ainda em liderar seus camaradas para a morte, em guerras sem futuro no Congo e
na Bolívia.
Huber Matos, que lutou sob as ordens do argentino em Cuba, falou
a VEJA sobre o fracasso de Che como comandante: "A luta foi difícil na
primavera de 1958. A frente de comportamento mais desastroso foi a de Che. Mas
isso não o afetou, porque era o favorito de Fidel, que nos impedia de discutir
abertamente o trabalho pífio de seu protegido como guerrilheiro". Pouco
depois do triunfo da guerrilha, ao perceber os primeiros sinais de tirania,
Huber renunciou a seu posto no governo revolucionário e informou que voltaria a
ser professor. Preso dois dias depois, passou vinte anos na cadeia. Vive hoje
em Miami. À moda soviética, sua imagem foi removida das fotos feitas durante a
entrada solene em Havana, em que aparecia ao lado de Fidel e Camilo Cienfuegos,
outro comandante não comunista desaparecido em circunstâncias misteriosas nos
primórdios da revolução.
Nomeado comandante
da fortaleza La Cabaña, para onde eram levados presos políticos, Che Guevara a
converteu em campo de extermínio. Nos seis meses sob seu comando, duas centenas
de desafetos foram fuzilados, sendo que apenas uma minoria era formada por
torturadores e outros agentes violentos do regime de Batista. A maioria era
apenas gente incômoda.
Napoleon Vilaboa,
membro do Movimento 26 de Julho e assessor de Che em La Cabaña, conta agora ter
levado ao gabinete do chefe um detido chamado José Castaño, oficial de
inteligência do Exército de Batista. Sobre Castaño não pesava nenhuma acusação
que pudesse produzir uma sentença de morte. Fidel chegou a ligar para Che para
depor a favor de Castaño. Tarde demais. Enquanto dava voltas em torno de sua
mesa e da cadeira onde estava o militar, Che sacou a pistola 45 e o matou ali
mesmo com balaços na cabeça. Em outra ocasião, Che foi procurado por uma mãe
desesperada, que implorou pela soltura do filho, um menino de 15 anos preso por
pichar muros com inscrições contra Fidel. Um soldado informou a Che que o jovem
seria fuzilado dali a alguns dias. O comandante, então, ordenou que fosse
executado imediatamente, "para que a senhora não passasse pela angústia de
uma espera mais longa".
Em seu diário da
campanha em Sierra Maestra, Che antecipa o seu comportamento em La Cabaña. Ele
descreve com naturalidade como executou Eutímio Guerra, um rebelde acusado de
colaborar com os soldados de Batista: "Acabei com o problema dando-lhe um tiro
com uma pistola calibre 32 no lado direito do crânio, com o orifício de saída
no lobo temporal direito. Ele arquejou um pouco e estava morto. Seus bens agora
me pertenciam". Em outro momento, Che decidiu executar dois guerrilheiros
acusados de ser informantes de Batista. Ele disse: "Essa gente, como é
colaboradora da ditadura, tem de ser castigada com a morte". Como não
havia provas contra a dupla, os outros rebeldes presentes se opuseram à decisão
de Che. Sem lhes dar ouvidos, ele executou os dois com a própria pistola. Essa
frieza e a crueldade sumiram atrás da moldura romântica que lhe emprestaram,
construída pelos mesmos ideólogos que atribuíram a ele a frase famosa – "Hay que
endurecerse, pero sin perder la ternura jamás". Frase criada pela
propaganda esquerdista.
Como o jovem
aventureiro que excursionou de motocicleta pelas Américas se tornou um
assassino cruel e maníaco? O jornalista americano Jon Lee Anderson, autor da
mais completa biografia de Che, escreveu que ele era um fatalista – e esse fatalismo
aguçou-se depois que se juntou aos guerrilheiros cubanos. "Para ele, a
realidade era apenas uma questão de preto e branco. Despertava toda manhã com a
perspectiva de matar ou morrer pela causa", afirma Anderson.
Ernesto Guevara
Lynch de la Serna nasceu em 14 de maio de 1928, em uma família de esquerdistas
ricos na Argentina. Sofreu de asma a vida inteira. Antes de se formar em
medicina, profissão que nunca exerceu de fato, viajou pela América do Sul
durante oito meses. Depois de terminada a faculdade, saiu da Argentina para
nunca mais voltar. Encontrou-se com Fidel Castro no México, em 1955, onde
aprendeu técnicas de guerrilha. No ano seguinte, participou do desembarque em
Cuba do pequeno contingente de revolucionários. Depois de dois anos de combates
na Sierra Maestra, Fidel tomou o poder em Havana. Che ocupou-se primeiro dos
fuzilamentos e, depois, da economia, assunto do qual nada entendia. José Illan,
que foi vice-ministro de Finanças antes de fugir de Cuba, contou a VEJA que o
argentino "desprezava os técnicos e tratava a nós, os jovens cubanos, com
prepotência". No comando do Banco Central e depois do Ministério da
Indústria, Che começou a nacionalizar a indústria e foi o principal defensor do
controle estatal das fábricas. "Che era um utópico que acreditava que as
coisas podiam ser feitas usando-se apenas a força de vontade", diz o
historiador Pedro Corzo, do Instituto da Memória Histórica Cubana, em Miami.
Como resultado de sua "força de vontade", a produção agrícola caiu
pela metade e a indústria açucareira, o principal produto de exportação de
Cuba, entrou em colapso. Em 1963, em estado de penúria, a ilha passou a viver
da mesada enviada pela então União Soviética.
Não havia mais o que Che pudesse fazer em Cuba. Era ministro da
Indústria, mas divergia de Fidel em questões relativas ao desenvolvimento
econômico. De maneira simplista, ele acreditava que incentivos morais tinham
maiores probabilidades de estimular o trabalho. Che também se tornou crítico
feroz da União Soviética, da qual o regime cubano dependia para sobreviver. Não
por discordar do Kremlin, mas porque julgava os soviéticos tímidos na promoção
da revolução armada no Terceiro Mundo. Para se livrar dele, Fidel o mandou como
delegado à Assembléia-Geral das Nações Unidas em 1964. No ano seguinte, Che foi
secretamente combater no Congo, à frente de soldados cubanos. Ali, paralisado
por incompreensíveis rivalidades tribais, derrotado no campo de batalha e
abatido pela diarréia, Che propôs a seus comandados lutar até a morte. Mas foi
demovido do propósito pela soldadesca, que não aceitou o sacrifício numa guerra
sem sentido.
Daí em diante o
argentino tornou-se uma figura patética. Em Havana, Fidel divulgara a carta em
que ele renunciava à cidadania cubana e anunciava sua disposição de levar a
guerra revolucionária a outras plagas. Pego de surpresa pela leitura prematura
do documento, Che ficou no limbo, sem ter para onde voltar. "Sua vida foi
uma seqüência de fracassos", disse a VEJA o historiador cubano Jaime
Suchlicki, da Universidade de Miami. "Como médico, nunca exerceu a
profissão. Como ministro e embaixador, não conseguiu o que queria. Como
guerrilheiro, foi eficiente apenas em matar por causas sem futuro." Na
falta de opções, Che escolheu a Bolívia para sua nova aventura guerrilheira.
Ele lutaria em território montanhoso e inóspito, imerso na selva, sem falar o
dialeto indígena dos camponeses bolivianos. O plano original era adentrar, pela
fronteira, a província argentina de Salta. Mas um contigente exploratório foi
aniquilado rapidamente pelo exército daquele país. A missão boliviana era, de
todos os pontos de vista, suicida. Ainda assim, Fidel a apoiou, a ponto de
designar alguns soldados de seu exército para o destacamento guerrilheiro. O
ditador cubano também equipou e financiou a expedição, com a qual manteve
contato até que seu fracasso se tornou evidente.
Além da falta de
apoio do povo boliviano, que tratou os cubanos chefiados por Che como um bando
de salteadores, a expedição fracassou também pela traição do Partido Comunista
Boliviano. VEJA perguntou a um de seus mais altos dirigentes dos anos 60, Juan
Coronel Quiroga: "O PCB traiu Che Guevara?". Resposta de Quiroga:
"Sim". A explicação? "Nosso partido era afinado com Moscou, onde
a estratégia de abrir focos de guerrilha como a de Che estava há muito
desacreditada. " Quiroga era amigo pessoal do então ministro da Defesa da
Bolívia e conseguiu que as mãos do cadáver de Che Guevara fossem decepadas,
mantidas em formol e entregues a ele. "Por anos guardei as mãos de Che
debaixo da minha cama em um grande pote de vidro. Um dia meu filho deparou com
aquilo e quase entrou em pânico", conta Quiroga. Anos mais tarde, coube a
Quiroga a missão de entregar o lúgubre pote com as mãos de Guevara à Embaixada
de Cuba em Moscou.
A morte de Che foi
central para a estabilização do regime cubano nos anos 60, de acordo com o
polonês naturalizado americano Tad Szulc, na sua celebrada biografia de Fidel.
O fim do guerrilheiro argentino ajudou o ditador a pacificar suas relações com
Moscou e ainda lhe forneceu um ícone de aceitação mais ampla que a própria
revolução. O esforço de construção do mito foi facilitado por vários fatores.
Quando morreu, Che era uma celebridade internacional. Boa-pinta, saía ótimo nas
fotografias. A foto do pôster que enfeita quartos de milhões de jovens foi
tirada num funeral em Havana, ao qual compareceram o filósofo francês Jean-Paul
Sartre – que exaltou Che como "o mais completo ser humano de nossa
era" – e sua mulher, a escritora Simone de Beauvoir. A foto de 1960 só
ganhou divulgação mundial sete anos depois, nas páginas da revista Paris Match. Dois meses mais tarde,
Che foi morto na selva boliviana e Fidel fez um comício à frente de uma enorme
reprodução da imagem, que preenchia toda a fachada de um prédio público cubano.
Nascia o pôster.
Três fatos ajudaram
a consolidar o mito. O primeiro foi a morte prematura de Che, que eternizou sua
imagem jovem. Aos 39 anos, ele estava longe de ser um adolescente quando foi
abatido, mas a pinta de galã lhe garantia um aspecto juvenil. O fim precoce
também o salvou de ser associado à agonia do comunismo. A decadência física e política
de Fidel Castro, desmoralizado pela responsabilidade no isolamento e no atraso
econômico que afligem o povo cubano, dá uma idéia do que poderia ter acontecido
com Che, que era apenas dois anos mais jovem que o ditador.
O segundo fato foi a ajuda involuntária de seus algozes.
Preocupados em reunir provas convincentes de que o guerrilheiro célebre estava
morto, os militares bolivianos mandaram lavar o corpo e aparar e pentear sua
barba e seu cabelo. Também resolveram trocar sua roupa imunda. Tudo isso para
poder tirar fotos em que ele fosse facilmente identificado. O resultado é um
retrato com espantosa semelhança com as pinturas barrocas do Cristo morto de
expressão beatificada. A terceira contribuição recebida pelos esquerdistas na
construção do mito veio do contexto histórico. Che morreu às vésperas dos
grandes protestos em defesa dos direitos civis, da agitação dos movimentos
estudantis e da revolução de costumes da contracultura – turbulências que
marcaram o ano de 1968. Era um personagem perfeito para ser símbolo da
juventude de então, que se definia pela "determinação exacerbada e
narcisista de conseguir tudo aqui e agora", como escreveu o mexicano Jorge
Castañeda, em sua biografia de Che. A história, no entanto, mostra que o homem
era muito diferente do mito. Mas quem resiste? Neste mês, nos Estados Unidos, o
cubano Gustavo Villoldo, chefe da equipe da CIA que participou da captura do
guerrilheiro, vai leiloar uma mecha de cabelo de Che.
Se houve um
ganhador da Guerra Fria, foi Che Guevara. Ele morreu e foi santificado antes
que seu narcisismo suicida e os crimes que decorreram dele pudessem ser
julgados com distanciamento, sob uma luz mais civilizada, que faria aflorar sua
brutalidade com nitidez. Pobre Fidel Castro. Enquanto Che foi cristalizado na
foto hipnótica de Alberto Korda, ele próprio, o supremo comandante, aparece
cada dia mais roto, macilento, caduco, enquanto se desmancha lentamente dentro
de um ridículo agasalho esportivo diante das lentes das câmeras da televisão
estatal cubana. O método de luta política que Guevara adotou já era errado em
seu tempo. No rastro de suas concepções de revolução pela revolução, a América
Latina foi lançada em um banho de sangue e uma onda de destruição ainda não
inteiramente avaliada e, pior, não totalmente assentada. O mito em torno de Che
constitui-se numa muralha que impediu até agora a correta observação de alguns
dos mais desastrosos eventos da história contemporânea das Américas. Está
passando da hora de essa muralha cair.
Frase
mais famosa atribuída a Che: "Há
que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura."
Frases
menos conhecidas de Che:
“Fuzilamos
e seguiremos fuzilando enquanto for necessário. Nossa luta é uma luta até a
morte.” (Che Guevara)
Discurso na Assembleia-Geral da ONU, em 11 de
dezembro de 1964
“Estou na selva cubana, vivo e sedento de sangue.”
(Che Guevara)
Carta à esposa, Hilda Gadea, em janeiro de 1957
“O ódio como fator de luta. O ódio
intransigente ao inimigo, que impulsiona o revolucionário para além das
limitações naturais do ser humano e o converte em uma efetiva, seletiva e fria
máquina de matar: nossos soldados têm de ser assim. Um povo sem ódio não pode
triunfar sobre um inimigo brutal.” (Che Guevara)
Revista cubana Tricontinental, em maio de 1967
“Até agora os camponeses não foram mobilizados,
mas, através do terrorismo e da intimidação, nós os conquistaremos.” (Che
Guevara)
“A ação mais positiva e forte, independentemente
de qualquer ideologia, é um tiro bem dado, no momento certo, em quem merece.” (Che
Guevara)