Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das
venezianas:
Verde!... E que leves, lindas
filigranas
Desenha o sol na página deserta!
Não sei que paisagista doidivanas
Mistura os tons... acerta...
desacerta...
Sempre em busca de nova
descoberta,
Vai colorindo as horas
quotidianas...
Jogos da luz dançando na folhagem!
Do que eu ia escrever até me
esqueço...
Pra que pensar? Também sou da
paisagem...
Vago, solúvel no ar, fico
sonhando...
E me transmuto... iriso-me...
estremeço...
Nos leves dedos que me vão
pintando!
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