Manhãs de Abril - Oriza Martins
Foi-se o sol do verão
e ainda não é inverno
abaixo do Equador
na fresca manhã de outono
sopra um vento doce, terno
Se para alguns é o outono
do verão a despedida
para outros representa
a celebração da vida
da vida em recolhimento
no ventre da natureza
a voltar na primavera
em toda sua grandeza
Aproveito este momento
quero curtir a magia
misto de melancolia
que me enche de emoção
Se este abril vai passar
,para minha consolação
outros hão de retornar
me encantando o coração
Senso Crítico
domingo, 23 de abril de 2017
sábado, 1 de abril de 2017
O Amor Cristão Não é o Amor de Telenovelas
Na homilia desta
quinta-feira, na Casa Santa Marta, o Papa Francisco sublinhou a
concretude do amor cristão. Comentando o trecho da Primeira Carta de
São João – "Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece
conosco e seu amor é plenamente realizado em nós" (1 Jo 4, 12)
–, ele explicou que "permanecer no amor" de Deus não é
tanto um êxtase do coração, "uma coisa agradável de sentir":
"Veja
que o amor do qual fala João não é o amor de telenovelas! Não,
é outra coisa. O amor cristão tem sempre uma qualidade: a
concretude. O amor cristão é concreto. O mesmo Jesus, quando fala
de amor, fala de coisas concretas: alimentar os famintos, visitar os
doentes e muitas coisas concretas. (...) E quando não há essa
concretude, pode-se viver um cristianismo de ilusão, porque não se
entendeu bem onde está o centro da mensagem de Jesus. Não chega
esse amor a ser concreto: é um amor de ilusão, como esta ilusão
que tiveram os discípulos quando, vendo Jesus, acreditaram que fosse
um fantasma."
O Santo Padre disse
que a confusão em identificar o verdadeiro amor é fruto de um
coração insensível. "Se você tem o coração endurecido, não
pode amar e pensa que o amor é imaginar coisas. Não, o amor é
concreto". Ele também indicou dois critérios sobre os quais se
funda esta concretude do amor cristão:
"Primeiro
critério: amar com as obras, não com as palavras. As palavras são
lançadas ao vento! Hoje elas são, amanhã não são. Segundo
critério de concretude é: no amor é mais importante dar que
receber. Aquele que ama dá, dá... Dá coisas, dá a vida, dá a si
mesmo a Deus e ao outro. Mas quem não ama, que é egoísta, sempre
procura receber, sempre quer ter coisas, ter vantagens."
A
contraposição que o Papa faz do "amor cristão" e do
"amor de telenovelas" mostra a grande deturpação que os
meios de comunicação têm feito da verdadeira caridade. De fato,
são muitos os mass media "que ridicularizam a santidade do
matrimônio e a virgindade antes do casamento"01,
degradando o amor a puro "sexo" e transformando-o em
"mercadoria", "uma 'coisa' que se pode comprar e
vender", o que, no fim das contas, mercantiliza "o próprio
homem"02.
Sem falar da tentativa claramente manifesta de passar à sociedade
uma visão totalmente abstrata de família, o que equivale a nada
menos que a sua destruição.
Ao
contrário, o Papa Francisco recorda que "no amor é mais
importante dar que receber". A medida do verdadeiro amor não
são os sentimentos, mas a entrega fiel e constante de si ao bem
amado. Por isso, diz-se que "o ágape exprime-se geralmente de
um modo silencioso e duradouro, sem muito espetáculo"03:
na doação de uma mãe que renuncia aos projetos de carreira para
cuidar de seus filhos pequenos, no sacrifício de um esposo que
batalha diariamente para sustentar sua casa e proteger o seu lar, no
filho que ampara os seus pais na velhice etc. Este amor, embora
escondido e marcado pela experiência do sofrimento, traz à alma a
verdadeira alegria.
"Ninguém tem
maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos" (Jo
15, 13). Em um mundo onde as pessoas parecem valorizar mais o eros
que o agape, os cristãos são chamados a seguir o exemplo de Jesus
Cristo, que doou-se até o extremo da Cruz. Como diz São Francisco
de Sales, "o Calvário é a montanha dos que amam".
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