Senso Crítico

Senso Crítico

sábado, 23 de março de 2013

A Felicidade




Desde os primórdios da humanidade o ser humano procura pela felicidade como a terra seca clama pela água. É fácil conquista-la? Nem sempre! Os poetas a homenagearam, os romancistas a descreveram, os filósofos a contemplaram, mas grande parte deles a saudaram apenas de longe.
                Os reis tentaram dominá-la, mas ela não se submeteu ao seu poder. Os ricos tentaram compra-la, mas ela não se deixou vender. Os intelectuais tentaram entende-la, mas ela os confundiu. Os famosos tentaram fasciná-la, mas ela lhes contou que preferia o anonimato. Os jovens disseram que ela lhes pertencia, mas ela lhes disse que não se encontrava no prazer imediato, nem se deixava encontrar pelos que não pensavam nas consequências de seus atos.
                Alguns acreditaram que poderiam cultivá-la em laboratório. Isolaram-se do mundo e dos problemas da vida, mas ela lhes enviou um claro recado dizendo que ela apreciava o cheiro de gente e crescia no meio das dificuldades. Outros tentaram cultivá-la com os avanços das ciências e da tecnologia, mas eis que a ciência e a tecnologia se multiplicaram e as tristezas e mazelas da alma se expandiram.
                Desesperados, muitos tentaram encontrar a felicidade em todos os cantos do mundo. Mas no espaço ela não estava, nos altos edifícios ela não fez morada, no interior dos palácios não habitava. Cansados de procura-la, alguns disseram: “ela não existe, é um sonho de sonhadores que nunca acordam”.
                A felicidade bateu à porta de todos. Deu sinal de vida na história dos abatidos e dois animados, dos depressivos e dos sorridentes, dos que representam e dos que vivem sem maquiagem. Sussurrando aos ouvidos do coração ela disse baixinho: “Hei! Não estou no mundo em que você esta, mas no mundo que você é”. Confusos, gritamos: “O que? Fale mais alto! “. Como a voz de uma suave brisa, ela delicadamente balbuciou: “não me procure no imenso espaço nem nos recantos da Terra. Viagem para dentro de você. Eu me escondo nas vielas de sua emoção, no cerne de seu espírito”.
                A maioria das pessoas não entendeu a sua linguagem. Esperavam que ela se manifestasse como o ribombar dos trovões. Mas ela ama o silêncio. Sorrateira, ela aparece quase imperceptível nas curvas da vida e nas coisas singelas de existência.
                Por não entende-la, navegamos sem leme. Desprezamo-la, mas ela resistiu. Maltratamo-la, mas ela, por um instante, apareceu mas logo se dissipou. O resultado é que a felicidade habitou na alma de muitos por pouco tempo e na alma de poucos por toda a vida.
                A felicidade tem muitas filhas e filhos: o amor, a tranquilidade, a sabedoria, a alegria, a paciência, a tolerância, a solidariedade, o perdão, a perseverança, o domínio próprio, a bondade, a autoestima. Nunca se viu uma família tão unida! Se você maltratar alguns de seus membros, tem grande chance de perder a família toda. Se ferir o amor, perderá a tranquilidade; se a tranquilidade abandoná-lo, perderá a perseverança; se a perseverança partir, perderá a sabedoria; se a sabedoria se for, a autoestima dirá adeus.
                Precisamos aprender a conhecer o mundo da emoção para cultivar a felicidade. O mundo evolui com uma velocidade espantosa. A cada dez anos o conhecimento se multiplica derrubando mitos. Antigas verdades científicas perdem crédito e são abandonadas. Novas ideias substituem as anteriores. Tudo está tão veloz! Será que a emoção pode caminhar na mesma velocidade? Não! A felicidade é amiga do tempo. É preciso treinar a emoção para ser feliz.
                Treinar a emoção é desenvolver as funções mais importantes da inteligência, tais como aprender a gerenciar os pensamentos, proteger a emoção nos focos de tensão, pensar antes de reagir, se colocar no  lugar do outro, perseguir os sonhos, valorizar o espetáculo da vida. Por que a solidão, a baixa autoestima, a ansiedade, a fadiga e a irritabilidade tem sido companheira de jovens e adultos? Porque nunca treinaram suas emoções para mudar os pilares de sua história. Muitos livros de auto ajuda vendem uma ideia inadequada do que é ser feliz.
                Multiplicamos as escolas, mas não multiplicamos os homens que pensam. Multiplicamos o número de psicólogos e psiquiatras do mundo, mas não expandimos a produção de homens que tenham qualidade de vida e saibam navegar nas águas da emoção

Prefácio do livro Treinando a Emoção Para Ser Feliz.......o título do artigo é de minha autoria, visando apenas facilitar a busca

Nenhum comentário:

Postar um comentário