Senso Crítico

Senso Crítico

sábado, 29 de outubro de 2011

E Tudo Mudou - L F Verissimo


E tudo mudou...

O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss

O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretch
Anabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios
Que virou sutiã
Que virou lib
Que virou silicone

A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
"Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM

A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mousse

Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal

Ninguém mais vê...

Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service

A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão

O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD

A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email

O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street

O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também

O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike

Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato

Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...

A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!

A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
E a sociedade ficou incapaz...

... De tudo.

Inclusive de notar essas diferenças

domingo, 23 de outubro de 2011

Metade - Oswaldo Montenegro


Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

A Vida - Madre Teresa de Calcuta


A vida

A vida é uma oportunidade, aproveita-a.
A vida é beleza, admira-a.
A vida é beatificação, saborei-a.
A vida é sonho, torna-o realidade.
A vida é um desafio, enfrenta-o.
A vida é um dever, cumpre-o.
A vida é um jogo, joga-o.
A vida é preciosa, cuida-a.
A vida é riqueza, conserva-a.
A vida é amor, goza-a.
A vida é um mistério, desvela-o.
A vida é promessa, cumpre-a.
A vida é tristeza, supera-a.
A vida é um hino, canta-o.
A vida é um combate, aceita-o.
A vida é tragédia, domina-a.
A vida é aventura, afronta-a.
A vida é felicidade, merece-a.
A vida é a VIDA, defende-a.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Morituri - Paulo Geraldo




Morituri
Esta palavra latina significa, na nossa língua, “aqueles que vão morrer”. Na antiga Roma, os gladiadores davam a si mesmos esse nome quando, na arena, dispostos a enfrentar a morte, cumprimentavam o imperador: “Ave, Caesar, morituri te salutant” (Avé, César, os que vão morrer saúdam-te).
Mas “morituri” é também o nosso nome. Estamos vivos e, portanto, somos aqueles que vão morrer.
Vamos morrer. Hoje mesmo ou daqui a algum tempo, com mais ou menos dor, com ou sem sangue.
As estatísticas dizem que morrem no mundo, por minuto, muitas dezenas de pessoas… Existe uma lei inexorável à qual nenhum de nós poderá escapar.
Devíamos pensar na morte. Analisá-la. Medi-la. Não como quem mede um inimigo, para ver se é possível derrotá-lo, mas como quem olha para dentro de si mesmo com o objetivo de se conhecer.
De todos os seres vivos, só o homem possui o conhecimento certo de que vai morrer. Esse conhecimento – manifestação da grandeza do homem – é luminoso e útil: permite-nos saber o que somos e o que são realmente todas as coisas; permite-nos tirar conclusões sobre o sentido da nossa existência – temporária, passageira – neste planeta que deambula num universo imenso.
Há muitas coisas que adquirem uma importância e uma cor diferentes no momento em que um médico nos vem dizer que temos apenas umas poucas semanas de vida. Que nos importa então se o nosso clube ganhou ou perdeu, se o jantar é carne ou peixe, se visto esta camisola ou aquela, se certa pessoa disse aquilo de mim?…
Visto à luz da morte, tudo isso adquire a sua verdadeira envergadura. E entendemos, então, o que é importante e o que não o é tanto. Ilumina-se o nosso olhar. E isso é útil para nós. Tira-nos de certos enganos a que somos extremamente atreitos.
Temos visto frequentemente como tantas pessoas orientaram a sua vida de acordo com as conclusões que tiraram de pensar na morte. Uns, considerando-a como final absoluto da existência, dedicaram os seus dias a satisfazer ao máximo os apetites, a obter o máximo possível de prazer… antes de que tudo acabasse. Outros consideraram que era possível viver eternamente – viver depois disto – e impuseram a si mesmos uma forma de vida com regras bem diferentes das dos outros, de forma a possuírem a esperança. Trocando o conhecido pelo desconhecido, o imediato pelo distante, o pequeno pelo grande.
Mas nós… temos medo. Custa-nos pensar na morte. Gostamos de viver – porque a vida é uma coisa fantástica – e nem queremos pensar que ela possa terminar. Adiamos uma análise e uma luz e uma orientação que de todo nos são necessárias.
Temos muito tempo… E apressamo-nos a pensar noutra coisa quando a morte toca em alguém que estava perto de nós. E procuramos distrações, para fugirmos a uma reflexão que a nossa própria natureza nos exige. E ocupamo-nos em futilidades.
Temos muito tempo… Mas o tempo é qualquer coisa que se corta num golpe súbito de tesoura, quase sempre sem aviso. Três semanas, três anos, trinta anos… O tempo é apenas tempo. É água que escorre entre os dedos das mãos.
A verdade é que não temos muito tempo.
Enquanto cometemos a tolice de ir vivendo como se fôssemos viver… sempre, a nossa vida está às escuras, à espera de um ato de coragem que lhe dê cor e sentido.


Navegue - Silvana Duboc



Navegue, descubra tesouros,
Mas não os tire do fundo do mar,
O lugar deles é lá
Admire a lua, sonhe com ela.
Mas não queira trazê-la para a terra
Curta o sol, se deixe acariciar por ele
Mas lembre-se que o seu calor é para todos
Sonhe com as estrelas, apenas sonhe,
Elas só podem brilhar no céu
Não tente deter o vento
Ele precisa correr por toda parte
Ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde
Não apare a chuva, ela quer cair e molhar muitos rostos
Não pode molhar só o seu
As lágrimas, não as seque
Elas precisam correr na minha, na sua,
Em todas as faces
O sorriso! Esse você deve segurar
Não deixe-o ir embora, agarre-o!
Quem você ama?
Guarde-o dentro de um porta-jóias
Tranque, perca a chave
Quem você ama é a maior jóia que você possui
A mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda,
Se o século vira e se o milênio é outro
Se a idade aumenta,
Conserve a vontade de viver
Não se chega a parte alguma sem ela
Abra todas as janelas que encontrar, e as portas também
Persiga um sonho, mas não deixe ele viver sozinho
Alimente sua alma com amor
Cure suas feridas com carinho
Descubra-se todos os dias,
Deixe-se levar pelas vontades
Mas não enlouqueça por elas
Procure, sempre procure pelo fim de uma história,
Seja ela qual for
De um sorriso para quem esqueceu como se faz isso
Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam
Olhe para o lado, alguém precisa de você
Abasteça seu coração de fé,
Não a perca nunca
Mergulhe de cabeça nos seus desejos
E satisfaça-os
Agonize de dor por um amigo
Só saia dessa agonia se conseguir tira-lo também
Procure seus caminhos,
Mas não magoe ninguém nessa procura
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão,
Mas não se acostume com o que não te faz feliz
Revolte-se quando achar necessário
Alargue seu coração de esperanças
Mas não deixe que ele se afogue nelas
Se achar que precisa voltar, volte
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente
Se estiver tudo certo, continue
Se sentir saudades, mate-a
Se perder um amor, não se perca
Se acha-lo, segure-o
Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala,
O mais é nada!

domingo, 2 de outubro de 2011

A Vida Me ensinou


A vida me ensinou...
A dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração;
Sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam;
Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;
Calar-me para ouvir; aprender com meus erros.
Afinal eu posso ser sempre melhor.
A lutar contra as injustiças; sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo.
A ser forte quando os que amo estão com problemas;
Ser carinhoso com todos que precisam do meu carinho;
Ouvir a todos que só precisam desabafar;
Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos;
Perdoar incondicionalmente, pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor;
A alegrar a quem precisa;
A pedir perdão;
A sonhar acordado;
A acordar para a realidade (sempre que fosse necessário);
A aproveitar cada instante de felicidade;
A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;
Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas",
embora nem sempre consiga entendê-las;
A ver o encanto do pôr-do-sol;
A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;
A abrir minhas janelas para o amor;
A não temer o futuro;
Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente,
como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesmo tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.

Faleceu Ontem A Pessoa Que Atrapalhava Sua Vida


Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida...

Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um cartaz enorme, no qual estava escrito:

"Faleceu ontem a pessoa que atrapalhava sua vida na Empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esportes".

No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava atrapalhando sua vida e bloqueando seu crescimento na empresa. A agitação na quadra de esportes era tão grande, que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório. Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão, a excitação aumentava:

- Quem será que estava atrapalhando o meu progresso ?
- Ainda bem que esse infeliz morreu !

Um a um, os funcionários, agitados, se aproximavam do caixão, olhavam pelo visor do caixão a fim de reconhecer o defunto, engoliam em seco e saiam de cabeça abaixada, sem nada falar uns com os outros. Ficavam no mais absoluto silêncio, como se tivessem sido atingidos no fundo da alma e dirigiam-se para suas salas. Todos, muito curiosos mantinham-se na fila até chegar a sua vez de verificar quem estava no caixão e que tinha atrapalhado tanto a cada um deles.

A pergunta ecoava na mente de todos: "Quem está nesse caixão"?

No visor do caixão havia um espelho e cada um via a si mesmo... Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: VOCÊ MESMO! Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida. Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida. Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo. "SUA VIDA NÃO MUDA QUANDO SEU CHEFE MUDA, QUANDO SUA EMPRESA MUDA, QUANDO SEUS PAIS MUDAM, QUANDO SEU(SUA) NAMORADO(A) MUDA. SUA VIDA MUDA... QUANDO VOCÊ MUDA! VOCÊ É O ÚNICO RESPONSÁVEL POR ELA."

O mundo é como um espelho que devolve a cada pessoa o reflexo de seus próprios pensamentos e seus atos. A maneira como você encara a vida é que faz toda diferença. A vida muda, quando "você muda".

O Caminho Da Vida



O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos.
A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e morticínios.
Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria.
Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco.
Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

(O Último discurso, do filme O Grande Ditador)